No projeto HEART (Azevedo, Féria, Nunes da Ponte,Wann, & Recellado, 1994) define-se Orientação como a capacidade de uma pessoa se localizar no espaço e no tempo.
Os modernos sistemas de navegação baseados em GPS[56] constituem tecnologias de apoio para a orientação espacial em espaços abertos. Tipicamente, fornecem a informação na forma visual ou na forma auditiva, sendo por isso também adequados a pessoas cegas. No caso destes últimos utilizadores, é necessário ter em conta que a capacidade de ouvir e discriminar o som ambiente é essencial para a sua mobilidade (Cook & Polgar, 2008). Assim, embora haja vantagens em transmitir todas as informações disponíveis sobre o ambiente (e.g., localização de pontos de interesse, tais como, paragens de autocarro), isso deve ser contrabalançado com a necessidade de não gerar demasiada “poluição sonora” que impeça a perceção auditiva do ambiente. Pela mesma razão, o recurso a auriculares para fornecer as informações de orientação deve ser evitada (Golledge, Marston, Loomis, & Klatzky, 2004). Uma vez que os sistemas GPS não funcionam em espaços interiores, as tecnologias de apoio à orientação em edifícios implicam normalmente a instalação de uma rede de transmissores criando um “ambiente inteligente”. O utilizador deverá possuir um dispositivo (por exemplo, um telemóvel) capaz de receber a informação dos sensores, de determinar a posição atual e de calcular o caminho para o destino desejado. Este tipo de tecnologias de apoio está ainda em desenvolvimento (ver por exemplo (Rehrl, Göll, Leitinger, Bruntsch, & Mentz, 2007)).
Existem dispositivos móveis que conhecem a sua posição por intermédio de um sistema GPS e que enviam essa posição, continuamente ou a pedido, para um cuidador ou central de alarme. Estes produtos de apoio são particularmente úteis para pessoas com Alzheimer ou outro tipo de demência, que poderão necessitar de auxílio para regressar para junto dos seus.
Para a orientação no tempo, além dos telemóveis que incluem leitor de ecrã, existem relógios adaptados para pessoas cegas que fornecem a informação horária de forma audível ou táctil (Figura 9.1). Os relógios que dizem as horas poderão também ser úteis para idosos ou pessoas com défices cognitivos.
103A simples programação de lembretes num telemóvel pode também constituir uma preciosa ajuda à orientação temporal para quem não consegue ver as horas num relógio.
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